Prever o comportamento eletromagnético nas proximidades dos parques eólicos e, com isso, as possíveis consequências da respectiva implantação, é o principal objetivo do estudo realizado pelo INESC P&D Brasil, no âmbito de um projeto de consultoria para a EDP Renováveis, concluído em dezembro.
O objetivo passa por entender o comportamento do espectro eletromagnético nos parques eólicos e nas suas proximidades, para que seja possível prever as consequências da inserção destes parques nas respectivas regiões. Para isso, este estudo recorre a sistemas que se baseiam na propagação de ondas eletromagnéticas como, por exemplo, sistemas de comunicação via rádio, televisão, entre outras.
O estudo define métodos de análise baseados em simulações e recorre ao uso de software de análise eletromagnética e medições em campo. Com o auxílio deste software, é possível modelar a topologia do terreno, as fontes de emissão de sinais e, com isso, obter a distribuição de campo no terreno modelado. Com as medições em campo realizadas com base nas análises do espectro, as simulações ficam validadas. A fase de simulação permite prever, com um elevado grau de confiança, as mudanças que poderão vir a ocorrer no espetro eletromagnético da região após a implantação do parque eólico.
As conclusões deste estudo permitem à EDP Renováveis, ainda numa etapa de desenho de um parque eólico, ter conhecimento ampliado e aprofundado sobre a influência eletromagnética nos próprios parques e nas redondezas das localidades em que são instalados. Isto permitirá à empresa adotar as melhores práticas, a fim de minimizar os impactos eletromagnéticos e facilitar a gestão otimizada dos mesmos.
“Prever o comportamento do espectro eletromagnético nos parques eólicos e nas suas redondezas é muito importante, pois estes têm impacto na sociedade. Estes estudos permitem identificar e quantificar se a implantação dos aerogeradores terá algum impacto prático nos sistemas de comunicação no dia-a-dia das pessoas”, declara Edmar Candeia Gurjão, pesquisador da Universidade Federal de Campina Grande, entidade que compõe a Rede INESC Brasil.
O estudo contou com a participação do INESC P&D Brasil, através dos investigadores Edmar Candeia Gurjão e Alexandre Jean René Serres (Universidade Federal de Campina Grande, UFCG), Tarso Vilela Ferreira (Universidade Federal de Sergipe, UFS), e Mauro Augusto da Rosa (Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC).